quarta-feira, dezembro 5

PONTO FINAL

(04/12/12)

Queres que eu entenda a poesia da vida: este ir e vir inconsequente.
Queres que eu compreenda o amargo da inexistência.
Queres que eu saiba que nada é pra sempre.
Mas que a dor parece ser.

A dor tem garras, unhas e dentes.
Tem força de corrente.
Tem alma de rebeldia.
Tem gosto de sangue quente.
Tens sede de crueldade.
Quantas verdades em um minuto.

Quando nosso mundo acabou, eu morri.
Morri para o futuro
Nasci para a nostalgia
Onde largamos nossa alegria?
Onde, a magia da poesia?

segunda-feira, dezembro 3

Metas

Chega Dezembro e as metas para o próximo ano já começam a pipocar. 

Eu me lembro que no fim do ano passado eu prometi três coisas para mim mesma: emagrecer 10kg, ler pelo menos 2 livros por mês e diminuir minhas contas. Bem... o ano já está acabando e a primeira meta foi cumprida pela metade. Emagreci 6kg apenas. Mas a segunda meta ultrapassei milhas e milhas rindo à toa! Então estou numa média b
oa, até porque nem me sinto tão gorda assim! Mas pensando na terceira meta... bem... essa realmente não foi cumprida. Embora eu esteja enrolada como sempre, percebo que estou um pouco menos do que nos anos anteriores, mas ainda estou longe de estar tranquila, então... fiquei devendo! Ou seja, numa escala de 0 a 10, fiquei no 6 e olhe lá! rsrs

Para o próximo ano eu me desejo SAÚDE. Sim... porque este ano foi um ano de muitas idas ao hospital. O estômago, os rins, as dores de cabeça, o estresse, quero que tudo se estabilize de maneira a não me causar dor.
Segunda meta: quero voltar a estudar. Ainda não sei o que. Mas provavelmente alguma coisa que me tire do lugar. Estar nessa minha zona de conforto há tanto tempo torna as coisas um pouco mais difíceis, mas custa bem pouco tentar.
Terceira e última: SER. Fazer as coisas fluírem, abrir espaço nos armários, diminuir a quantidade de papéis que atravancam as gavetas, guardar menos coisas, doar mais. Não só roupas e sapatos, mas a mim mesma. Que tal um trabalho voluntário? Vou pensar nisso... O voluntariado, dizem, nos faz crescer como pessoas. Talvez seja disso que eu preciso para me tornar uma pessoa mais calma. Ver como as pessoas vivem lá fora. Sair desse mundinho do seremos felizes para sempre e cair na realidade do vamos lutar juntos para sermos felizes hoje, porque o amanhã pode realmente não chegar... Fiquei me perguntando: se eu morresse hoje, que histórias as pessoas contariam de mim? Será que alguém lembraria que eu existi depois de 1 ano da minha morte? Não sei não. Acho que me doei muito pouco até aqui. E o que as pessoas lembram de nós depois da morte não é o que tivemos nessa vida, mas o que fomos. Eu quero SER mais. Essa é a meta.

Então vejamos:
* Saúde
* Conhecer
* Ser

sexta-feira, novembro 30

LER DEVIA SER PROIBIDO


"Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável.Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verosimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incómodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.
Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos… A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna colectivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida".
“Ler pode tornar o homem perigosamente humano.”
(Fonte: GRAMMON, Guiomar de. In: PRADO, J. & CONDINI, P. (orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999. pp. 71-3)

quinta-feira, novembro 29

Leituras

Faz um tempinho que não passo por aqui. E nesse tempinho muitas leituras foram terminadas. Duas abandonadas (uma delas por enquanto) e outras mais iniciadas. Por partes:

*Confie em mim

O livro conta a história de pais que fazem de tudo para proteger suas famílias. É uma história leve, um romance com um toque de modernidade e com um final bem interessante. Um garoto se envolve na morte de  seu amigo, seus pais descobrem o envolvimento do menino através do monitoramento das mensagens instantâneas do menino na internet e passam a fazer de tudo para ajudá-lo e tirá-lo desta confusão. Além desta, que é a história principal, outras histórias menores e tão intrigantes qnt o envolvimento do menino acontecem em volta desta família. Gostei bastante e recomendo :)



*A menina que não sabia ler

Uma loucura esta leitura. Uma menina em mil novecentos e antigamente e seu irmão, órfãos, estão aos cuidados de uma governanta gorda e boa, uma cozinheira e um jardineiro, e possuem uma professora que mora na casa deles. Uma casa com uma biblioteca proibida. Uma menina que só pode aprender, de acordo com as ordens de seu tio-tutor viajante, coisas de mulher, nada de leitura. Ela descobre a biblioteca e sozinha aprende a ler e se perde no mundo das leituras. Até aí, tudo bem. Lá pela página 60 o livro começa a ficar meio sem pé nem cabeça. A menina se vê absorta numa trama maligna, um filme de terror de segunda categoria e de um final nada-a-ver que deixa o leitor estupefato. Não sei se era tudo imaginação da menina, não sei porque o tio-tutor se mantinha tão longe das crianças, subentendi que a proibição da biblioteca tenha a ver apenas com o ano  em que se passa a trama e subitamente surtei com o fim dado aos personagens e a história! kkkk


Fico devendo Cinquenta Tons de Cinza, Cinquenta Tons mais escuros, Os homens que não amavam as mulheres, A menina que brincava com fogo, Luxúria, O colecionador de lágrimas, O livro do Amor I, Poliana e um do Nicholas Sparks que agora esqueci o nome...





domingo, outubro 28

Compromisso

O segredo é organizar. Livrar-se daquilo que não te serve e organizar o que sobrou. Depois de organizado esperar 3 meses e aquilo que não foi usado também deve ser doado. Depois de 3 meses novamente. E depois de mais 3 meses outras doações. No fim de um ano vc vai ter em casa aquilo que realmente precisa e terá espaço pra SER. Vou deixar a regra para seguir no próximo ano. O que fazer com os livros que eu amo? Meu Deus, e aquele vestido guardado para uma festança que nunca aparece e que qnd aparecer vai fazer com ele seja velho demais para ser usado? Prometo tentar. COMPROMISSO 2013.

quinta-feira, outubro 4

Fica a dica

A conquista as vezes é um processo tão simples que as pessoas acabam por fingir nem perceberem que já estão no jogo. Enganam-se aqueles que esperam que todos os outros sejam idiotas... enganam-se aqueles que acham que a vida gira em torno de seu próprio umbigo, e ainda aqueles que entendem-se como donos do mundo. Eu sou uma poeira cósmica, mas vejo, vejo tudo. Vejo a movimentação que quer dizer muito. Vejo a falta de movimentação que quer dizer mais ainda. Entendo as palavras que não foram ditas. E  enlouqueço quando me entendem como uma idiota cega, quando subestimam minha inteligência e minha visão de mundo. Eu não preciso dessa merda. Não preciso da pena, não preciso da consideração infeliz da ideia do seremos felizes para sempre. Eu sou livre. Um espírito transitante amando acompanhada. O para sempre simplesmente não existe. Não me venham com esses conceitos de eternidade, porque somos feitos em torno dos conceitos de transcendência e transcender é mudar, e a mudança é sempre bem vinda. Pode-se mudar junto, mudar sozinho, evoluir e ter que voltar para buscar o outro. E em todos os sentidos, tudo isso é interessante. São visões múltiplas de um mesmo semblante. São caminhos possíveis de convivência, de crescimento, de evolução. Mas não me veja como cega. Eu vejo e entendo muito as possibilidades. Entendo a psicomania de controle, de conquista. Uma mania psicológica... se é necessária, se não é, não vem ao caso. O que quero que entendam é que eu conheço os limites e consigo ver a linha tênue que limita dois mundos. E não precisava ver. Essa merda toda embaixo do tapete um dia começa a simplesmente aparecer... e isso não é tão bom na vida real.

sexta-feira, setembro 28

Leituras...

Eu devorando "Cinquenta tons mais escuros" e "Os homens que não amavam as mulheres"... Completamente diferentes entre si, o que faz cm que eu não consiga parar de ler nenhum dos dois... E agora com uma lista de espera beeeem grande sob a mesa da sala: "O colecionador de lágrimas", "Confie em mim", Luxúria","O livro do Amor Vol.I e II", "Resistência" (o livro que, coincidentemente, o Tufão estava lendo na semana passada), "A menina que não sabia ler" e "Meu vizinho é um psicopata"... Wow... Pena eu não ter conseguido comprar "O mundo de Sofia" para uma segunda leitura... Estou ansiosa por cada um deles... e feliz porque o fim de semana chegou ;) 

sexta-feira, setembro 21

Muito de Deus e nada de Religião

Da série Trechos que amei...

"Crer ou não nas palavras de Cristo é uma questão pessoal, íntima, pois seus pensamentos fogem à investigação científica, extrapolam a esfera dos fenômenos observáveis.
 As ideias e as intenções de Cristo, ao mesmo tempo que representam uma belíssima poesia que qualquer ser humano gostaria de recitar, abalam a maneira como compreendemos a vida. Ele não apenas chocou profundamente a cultura de sua época como, se tivesse vivido nos dias de hoje, também pertubaria a ciência e a cultura modernas." (O mestre dos mestres, Augusto Cury)

O que é felicidade

O que é felicidade?

É olhar nos olhos da verdade e não ver vaidade
é se ver no espelho e não ter medo
é olhar o próximo sem descaso
é manter-se alerta, sem segredos


É sentir alegria por compartilhar um alimento
é ter vida e melodia pra cantar com ela,
aquela que mudou sua vida num piscar de olhos
é ver seu filho alérgico comer brigadeiro sem ter reações


É ter luz, ter calma, ter paz
é ter anjos, ter Deus, esperanças e mais
é ter saúde, ter pais, ter crianças
é olhar a praça num fim de tarde
arvoredos e sol que arde
melodias pro fim do medo

é ter amigos, professores, lições
girar o corpo, esticar os olhos, sorrir
é dançar o som íntimo das cores
é viver mil amores e ainda assim dormir

é sonhar com o manjar dos deuses
é ser antigo, é ser novo, ser metamorfose
todo dia outro
nunca uma lágrima que corre
sulcos de pele abaixo
mas almas que sentem a dentro

é não ver o fim na morte
é sonhar com o jardim do Éden
é seguir caminhos e abrir portas em meio ao nada
é ser melodia, ser canção, ser cantada
é ser mais que ter
e ser mais que palavras.

sexta-feira, setembro 14

Você sabe nadar?

"Nossos planos foram por água abaixo
No fim seremos uma represa
e todo amor do mundo juntos num único lugar
Você sabe nadar?"

Ideia inicial de Trechos Que Amei

Decidi compartilhar aqui alguns trechos lidos e que eu não gostaria de esquecer. Nem sei se posso fazer isso por razão dos direitos autorais, mas como escrevo pra mim mesma, ninguém passa aqui pra ler e acho que literatura acaba montando sua própria maneira de ver, vou levar adiante essa pontinha de prazer. Certamente, a bibliografia nada-nada universitária será divulgada. Garanto pelo menos o nome do autor e do livro. 

Apego-me facilmente a ideias. E geralmente desfaço-me delas com a mesma rapidez. Neste momento tenho lido um pouco de tudo, e embora este trecho seja de um livro que ainda não li, gostei tanto e sonhei tanto que já comecei a desconstruir minha ideia antes mesmo de construí-la. O que isso significa? Também não sei. Comecei pelo meio. E talvez isso nem seja tão ruim. De princípio pensei em livros que já li. Mas acabei por me deparar com este trecho, provavelmente uma das minhas próximas leituras, na certeza de que me interessei principalmente pela capa. Aliás, sou disso. Gosto de comprar livros pela internet porque geralmente são mais baratos. Mas isto tolhe um pouco a minha mania de sentir o livro. De pegá-lo, de vê-lo, de folheá-lo e de muitas vezes escolhê-lo por suas características físicas. 

Comecei por exemplo a observar em andanças por  livrarias, que existe um padrão de ilustração para cada autor. Pegue a capa dos livros de Jostein Gaarder, o autor de "O mundo de Sofia". É quase impossível descrever, mas é uma mistura de lembranças, quadros, desenhos e sonhos infantis. Já os de Emily Giffin, utilizam sempre a mesma fonte nos títulos, eu os reconheceria de longe. Acho tudo isso bem clichê. Livros novos com ideias velhas. Por que não renovar também a capa, a maneira como se escreve, os tipos de personagens? Autores renomados geralmente possuem personagens típicos, repetidos, quase gêmeos em suas obras. Nicholas Sparks chega a beirar o absurdo! Não que suas histórias sejam ruins... nada disso! Mas muitos dos seus personagens possuem um mesmo padrão, características sensoriais e emocionais muito parecidas. Embora o que o faça ser realmente sucesso é a sua mania de descrever o amor sob a ótica da tragédia. Há sempre milagres, depressão amorosa e a magia do "felizes para sempre", que embora muito usual e repetida, acaba sendo uma fórmula de sucesso.

A expectativa é de que eu volte aqui algumas vezes com trechos que eu tenha gostado dos livros que andei lendo, que não são poucos. Quem pega meus livros emprestados se depara com a visão dos caos, porque em minhas mãos viram um risca-rabisca. Nos arredores da leitura ficam registradas algumas das minhas impressões. São frases, trechos de músicas que estou ouvindo enquanto leio - mania desde sempre -, além da tradição de marcar textos, as vezes parágrafos inteiros. Então talvez eu abandone já já essa ideia. Mas enquanto isso...

"Um escritor nunca esquece a primeira vez em que aceita algumas moedas ou um elogio em troca de uma história. Nunca esquece a primeira vez em que sente o doce veneno da vaidade no sangue e começa a acreditar que, se conseguir disfarçar sua falta de talento, o sonho da literatura será capaz de garantir um teto sobre sua cabeça, um prato quente no final do dia e aquilo que mais deseja: seu nome impresso num miserável pedaço de papel que certamente vai viver mais do que ele. Um escritor está condenado a recordar esse momento porque, a partir daí, ele está perdido e sua alma já tem um preço." (Trecho do livro O jogo do Anjo, de Carlos Ruiz Zafón)

sábado, setembro 1

É preciso mais consciência. Consciência de si. Consciência da existência do outro. Consciência do mundo. Olhar ao redor e ver... ver de verdade o que há de bom e de ruim. E consertar o que está errado. Desfazer as pequenas maldades do dia-a-dia. Oferecer mais sorrisos. Livrar-se do mau humor. Relaxar diante dos problemas insolúveis e entregá-los a Deus... algumas coisas precisam de tempo. E tempo não está à venda na padaria da esquina, infelizmente.

domingo, agosto 19

Ambientada em "Cinquenta Tons de Cinza" de E.L.James

Anastacia

Haveria caos se ela fosse outra?
Haveria luz se ela fosse mais?
Olha derretida para aqueles olhos cinzas,
quase breves e loucos e sádicos.

Ela pode. Ela quer. E diante disso se esvai
toda em poder e magia e vislumbre
Haverá caos depois da assinatura?
Haverá luz depois do fim do dia?

Toda confusão é ela
O grito da arte é dela
A bela melodia pra ela
é só o fim do dia, o caos da dor.


terça-feira, julho 24

quarta-feira, junho 13

"E lá estavam todas as palavras presas num mundo só seu, sufocando...
E sufocando estavam todas as lágrimas presas numa redoma cheia de regras...
E nos dois todo o amor do mundo é pouco
incondicional e louco
um sempre sem sentido algum
apenas amor"

sexta-feira, maio 18

Não sei ser loira

Não sei ser loira, essa é a verdade. Loira é fútil de acordo com as leis, é burra de acordo com o povo, tem que ser sexy, ter bocão, andar de salto, belo sorriso, estar sempre armada de um marido morenaço, ser malhada e caminhar na praia de óculos escuros e peitos de fora... Não sou assim. Tenho peito pequeno, uso óculos, odeio academia, meu marido é até moreno, mas eu não tenho bocão e nem vocação pra ser sexy. Gosto mesmo é de rasteirinha, blusa  solta, sutiã e calça jeans. Não sei ser vulgar,  odeio me maquiar, meu cabelo não tem o movimento das belas que aparecem na televisão. Gosto mesmo é de sofá, camisetão, um pote de sorvete e um  bom cafuné. Odeio espartilhos e afins. Odeio salto! Odeio gente que me trata como se eu fosse idiota. Odeio pagode. Sempre odiei caras que se achavam "o tal", tomando bomba, "lendo" as figuras do jornal, brochando na hora h e dizendo que tudo isso é normal. Eu sou mulher de verdade! Acordo cedo, tenho filhos, deixo acumular as roupas, pinto as unhas, compro sapatos. Gosto de música de verdade, sou bonita porém sem muitas vaidades. Não gosto de dourado, não gosto de bichos, não gosto de tênis, sei andar de bicicleta, mas prefiro ir a pé. Adoro ler, não sei cantar, mas canto assim mesmo. Sou distraída, esquecida, bem vivida! Não me importo com o que acham, sou verdadeira, estressada, amiga, as vezes tímida, muitas vezes chata. Minha  comida não é lá grande coisa, adoro trabalhar fora, ver gente diferente, ver cor. Amo de paixão a minha família, tenho ciúmes das minhas coisas e nunca soube dar valor a dinheiro...  mas dizem que ser loira não é nada disso. Dizem que pra ser loira é preciso ser fatal... e de fatal eu não tenho nada. Sou do tipo adolescente enamorada, mas isso sim me faz ser especial.

Cisma

Hoje estou triste. Aquela tristezinha chata que cisma em não ir embora, sabe?
Esse friozinho, um corpo mole e uma vontade imensa de voltar pra cama e dormir...
dormir muito e acordar outra.

sábado, maio 12

A Verdade em que eu acredito

Sou evangélica e como tal defendo a Bíblia como guia para tudo na vida. Se você é de Cristo viverá sob as leis de Cristo, sob o comando dEle, a favor dos planos dEle, independente do que as outras pessoas estão fazendo ao seu redor. Não cabe a você julgar, ridicularizar ou tentar mudar as pessoas. Cabe a nós, cristãos, orar para que Deus faça a obra. Existe muita gente que não é da igreja e que é muito melhor pessoa do que aqueles que estão lá gritando Aleluias (Mt 7:21 "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus"). Existem muitos filhos de Deus que são escolhidos, mas que ainda não foram agraciados com a fé para buscarem o caminho até Ele. A Bíblia fala disso.


 É claro que encontraremos muitas pessoas que discordarão daquilo que cremos. Duvidarão da nova criatura que Deus nos fez ser. Haverá aqueles que zombarão de você porque você se tornou cristão e outros que duvidarão das verdades bíblicas. Haverá aqueles que permanecerão em cima do muro: estando em pecado em algumas partes de suas vidas, criarão para si novas regras, regras que se adequem ao seu próprio viver, estando em conformidade com Cristo em alguns pontos e em outros totalmente contra. A verdade é que cada um agirá da maneira que lhe parecer melhor, mas o cristão deve agir de acordo com a bíblia porque ela é um livro para a vida, é a sabedoria de Cristo te ensinando a viver de acordo com aquilo que Ele quer, te ajudando a  manter seu domínio próprio, a ter opinião e ação diante do que é do mundo, não deixando que nada carnal lhe apeteça a graça e lhe enchendo de amor para com o próximo. De acordo com a Bíblia eu posso tudo, mas nem tudo me convém. E não há verdade maior que esta. Vejamos ICo 6:12 "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas". O que isso significa? Que é necessário domínio próprio. Está escrito em ICo 6:9-10 "Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus". Então não posso pecar nem um pouquinho?! Sinto lhe dizer, mas a resposta é NÃO! (ICo 5:6 "Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?").


As Epístolas de Paulo aos Coríntios falam exatamente dessas regras que se deve seguir. A vocação dos santos, a exaltação de Cristo, a sabedoria sem valor dos homens, a diferença entre os filhos de Deus e os filhos da perdição e as regras da boa convivência em Cristo (litígios, sensualidade, casamento, estabilidade familiar, tribulações, liberdade, idolatrias, dons espirituais, a unidade da igreja e as bençãos de Cristo) são alguns dos temas abordados nas epístolas. Paulo termina a primeira epístola com um dos versículos que mais gosto: ICo 16:13-14 "Sede vigilantes, permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos. TODOS OS VOSSOS ATOS SEJAM FEITOS COM AMOR". Portanto não se deixe abater se aqueles que estão ao seu redor falam de ti, se julgam a nova criatura que você se tornou. Permaneça firme. Não julgue o erro do outro, ao contrário, esteja pronto para dizer a ele que há um Deus que pode mudar-lhe a vida. Não é você, não é o pastor, não é a igreja: é Deus! Ore ao Senhor dos senhores e peça por seus familiares, amigos, conhecidos e desconhecidos. Só Deus é capaz de torná-los nova criatura. Deus pode e Deus faz!



quinta-feira, maio 10

Boca-a-boca

"Tenho uma infinidade de coisas a dizer
Coisas que talvez sejam repetidas
mas que são suas desde sempre
embora murmuradas boca-a-boca dentro de mim
Tenho mil cores e lugares pra te mostrar
todos aqueles em que sonhei passar
com um cavalo alado, um príncipe do lado
e aquele eterno sonhar
Tenho mil histórias pra lhe fazer participar
todas aquelas que sonhei
esperando você chegar"



Escrevo fácil

"Escrevo fácil. É só começar.
Me dê uma palavra e eu vou te contar
alguma história que rime com a sua
Que tal um altar?

Escrevo fácil. Mil vidas vividas nas letras perdidas por tanto te amar.
É tarde. Segure a minha mão. O tempo não pára, acelera, dispara
e quantos olhares ainda hei de lhe dar
buscando secar prantos que nunca deixei secar

Escrevo fácil. Como é fácil te amar
Cada detalhe, cada murmúrio, cada estranheza, cada achismo
Cada beira de abismo, cada pular.

Escrevo fácil. Já vou terminar.
Difícil mesmo é deixar de te amar."

Dor incomum

"Perdi a conta de quantas histórias inventei para alegrar você
Perdi a conta de quantas vezes chorei para não te ver chorar
Perdi a conta de quantas vezes me balancei pra não te balançar
Eita dor incomum esta de amar!"

Tristeza

"Hoje vesti-me de tristeza
cabelos negros, capa pesada, passos lentos
tal e qual tartaruga velha
faminta mas preguiçosa
para olhando encantada o luar
Hoje vesti-me de tristeza
estrelas cadentes no horizonte
já não me fazem brilhar
sussurrando desejos impossíveis
Quero derramar-me em dores
que sinto não sentir
deitada na rede a balançar em mim
o bom e o mau do amor"

Dor

"Vem do fundo de mim uma dor que não se cala
ruge inteira e breve como leão feroz e faminto
o dia breve... não minto
murmúrios de amor enraizados no estômago
doem, latejam, almejam sonhos impossíveis
e eu me abrigo
nos braços daquele que chamo amigo
e que um dia há de me ver sorrir de novo"

Escolhas

"Era uma vez uma história que não acaba nunca. Era uma vez uma tristeza que não acaba nunca. Era uma vez um amor que não acaba nunca. Era uma vez uma pessoa que prefere o nunca."

Poderia ter mudado o rumo da minha vida. Poderia ter sonhado alto e ter realizado os planos. Poderia ter planejado. Mas não. Eu preferi viver apenas. Dizem que isso é triste. Dizem que não é normal. Dizem que  sonhos, planos, planejamentos, características de marketing pessoal e de vendas deviam fazer parte de mim. Mas eu não quero nada disso. Nunca quis. Fiz uma escolha e acho de verdade que ela é a melhor escolha que eu poderia ter feito. Dizem que eu preciso de mais tempo. Que eu preciso cuidar da casa, das crianças, do marido e de mim, de mim primeiro. Mas nada disso faz sentido. Eu escolhi viver. Sim, viver com crianças, marido e eu mesma, eu mesma sempre em conflito. Mas dizem que amar é isso. É sentir-se incompleta todos os dias e buscar no outro aquilo que lhe falta, e encontrar no outro aquilo que te completa. Eu encontrei. Dizem que isso também não é normal. O que é normal então? Que significado tem essa "normalidade" a qual eu não pertenço? A beleza da zona sul da cidade na novela das 8? O mocinho que deixou de ser inocente nos filmes adolescentes? A imoralidade, a vulgaridade e o tipo de familiaridade que as pessoas possuem com coisas que antes eram proibidas, eram contra as regras, eram escondidas? Hoje está tudo aí. Jogam na nossa cara uma felicidadezinha suburbana, inconcreta, abstrata, impossível. Eu escolhi viver, e isso geralmente causa reboliços. As pessoas escolhem sonhar, buscar sonhos, passar a vida inteira tentando algo que não vão conseguir, ou que quando conseguem não lhes parecem mais a perfeição que era... mas eu não... eles querem que eu arme um circo, que eu descubra o porquê do nariz colorido do palhaço, quais as regras entre o domador e a fera, e até quando a fera vai aguentar ser comandada... Sonho é sonho! É impossível ser tão perfeito. Dizem, inclusive, que a perfeição não existe, mas as pessoas sonham com ela. Pra mim é apenas mais um conceito filosófico e ridículo. Querer ser  perfeito é tão clichê quanto esperar um príncipe que venha lhe salvar da masmorra, da torre do castelo. Eu poderia perfeitamente, e digo isso com conhecimento total da causa, ter tido outra vida. Mas minhas escolhas foram conscientes o tempo inteiro. Eu sabia onde chegaria: a lugar nenhum fora de mim e eu prefiro assim.