quinta-feira, junho 25

Mais que um dia

MAIS QUE UM DIA

Eu crio histórias e poesias
Crio casos e filhos
e tento criar neles juízo

Eu crio música e palavras
para explicar dores que nunca senti
Eu crio fingimentos, argumentos
cachorros e pássaros

Eu crio o acaso
e acaso me cria
desço e subo escadas
e crio cansaço
dores para todo dia

Gotejo desejos e crio rancores
invento que vejo o brilho das flores
só ainda não descobri como se cria
amores que vivam mais que um dia...



terça-feira, junho 23

O que é escrever?

Hoje vou fazer um texto diferente, um texto que terá leitor específico, alguém que eu nem preciso citar o nome porque vai saber que este é pra ele(a)...


O que é escrever?


Escrever é passar para o papel, ou pra parede, ou pro pc, ou pra qualquer lugar, uma idéia, uma carta, um pensamento, um qualquer coisa organizado de modo linear, ou as vezes nem tão linear assim...

Eu escrevo porque penso demais, porque sofro demais, porque sou alegre demais... eu escrevo porque a vida é boa, porque o amor não acaba, porque os dias passam depressa e perigo esquecer aquilo que passou, aquilo que senti, aquilo que fez algum sentido pra mim... eu escrevo porque meu coração não cala a boca, porque a vida não pára, porque o tempo é curto... mas não escrevo para ser lida, menos ainda para ser copiada, menos ainda mais para ser esquecida.

Escrevo porque parte de mim esquece as coisas, porque alguns sentimentos fazem sentido apenas em palavras, mas são meus. Meus pensamentos, meus argumentos, minhas idéias... não interessa quem as copie, não interessa que interpretação darão a isso... Esse é o meu espaço, e tudo aqui me pertence.

Caso lá fora encontrem coisas minhas (e certamente encontrarão), obviamente terá sido usado por circunstâncias que não são as minhas... por pessoas que não são quem eu sou, que talvez nem se pareçam comigo e que nem fazem idéia da frieza e beleza e loucura que há por trás do que escrevo.

Não importa o que eu fale, não importa sequer se omito ou minto, muitas vezes as pessoas vão preferir fazer da palavra dos outros suas palavras, porque se encaixam nelas, se sentem puxadas a segurar tais palavras como se fossem suas, como se de verdade tivessem vivido aquele momento de loucura, de paz, de amor, de saudade, de seja lá o que for... mas elas não são suas. E isso merece o mínimo de respeito.

As pessoas escrevem para ninguém e por ninguém. Escrevem para tirar de si o peso da palavra... escrevem simplesmente porque vivem da palavra... e isso ninguém, que não escreva por preguiça ou por incapacidade, vai conseguir entender... porque a palavra vale muito, vale nada, vale vida, vale tudo... porque a palavra é o que dá sentido ao dia, a luz, a noite, ao mundo.


terça-feira, junho 9

Isso não basta

Vc sabe do meu amor,
e não há nada a esconder.
A vida é simples, a gente complica
e de repente estamos todos no mesmo barco.
Eu te amo, é tão simples.
Mas isso não basta, não enche pratos.
Eu quero mais, eu quero o mundo
quero sorrir do absurdo
de que achamos real viver de amor
Eu mudo, alcanço sonhos inantingíveis
e peço calma, eu te amo
E é tão simples, mas isso não basta.

segunda-feira, junho 8

Vai passar...

Tempo... tempo... coisa estranha. Vezes passa, vezes se arraaaasta como gongolo, lento, lento, deixando vesgo, rastros... Hoje eu adoraria rodar os ponteiros do relógio, fazer passar o tempo que eu preciso pra me recuperar de uma dor que eu mesma teimo em causar, não por masoquismo mas por princípios, tolos princípios, merdas de princípios idiotas! Minhas verdades me matam cada dia um pouco.
Hoje ouço música. Mas ainda assim o tempo parece não passar. Tem dias que se dar conta disso parece louco. Quero tirar meus pés do chão agora, voar ou talvez dormir e acordar quando tudo que me encomoda estiver em seu devido lugar... quando essa saudade findar... quando tudo não passar de um sonho bom que passou e voltar tudo ao normal... aquele normal que me faria desmaiar de tédio e ao mesmo tempo que me faria pular de alegria: simplesmente dia-a-dia.
Não pareço muito lógica hoje. Não sei bem porque escrevo. Apenas escrevo. E isso basta. Deixo sair aquilo que aparece... e quando percebo lá está o texto, esperando que eu o exponha, o componha de maneira que o leiam... Textos... eles adoram aparecer... adoram ser lidos... como eu. Gosto das pessoas que sabem o que falo mesmo qnd eu não falei ainda. Mas tb gosto da TV que nem sabe que eu existo, que fala sozinha comigo, porque eu não presto atenção, mas ainda assim fala comigo e não me deixa sozinha...
É... eu não paeço muito lógica hoje. Reticente demais pro meu gosto... então vou ficando por aqui, sabe-se lá o que vim fazer... nem sem bem se eu deveria escrever, mas escrevo... Hoje sinto um pouco de medo, mas sei que vai passar... tudo vai passar...

sábado, junho 6

Tudo novo de novo...

Ainda é cedo pra pensar em amanhã
Ainda é cedo pra pensar em definitivo
Ainda é cedo pra pensar no que foi dito
Somos apenas sombras hoje
Copiando o inevitável sacudir da vida
Acorda, querida!
É hora de começar a vida de novo...