sexta-feira, novembro 18

Minha comodidade se chama viver...

Começo bem o dia, sem qualquer pretensão de que seja anormal, embora eu tenha acordado às 7h da manhã sem qualquer vestígio de sono. Muitas festas para o fim de semana e nenhuma disposição para ser social. Faz tempo que perdi o entusiasmo. Permaneço em meu mundinho de leituras, filhos, marido, casa e afins, bem despretensiosa e isso irrita quem está ao meu redor. Não consigo entender o porquê.

Meu marido diz que se eu não pretendo nada, se não tenho sonhos, se não busco, já posso morrer! E talvez até pudesse mesmo, não fossem as crianças. O que parece macabro para alguns. Mas o que pretendo? Viver, eu diria. Viver me basta. Compro aquilo que quero, como aquilo que quero, me divirto dentro do possível, não tanto quanto gostaria, mas tb não tão abaixo da média assim. Minhas filhas estão saudáveis, são crianças prontas para o mundo, independentes, inteligentes e lógicas. Se possuem sonhos, não sei, são pequenas demais ainda, mas certamente terão seus sonhos... e talvez como eu escolham viver a comodidade de apenas viver... quem sabe...

As pessoas estão sempre insatisfeitas com o que tem. Se tem carro, querem um mais novo, mais potente, mais CARRO. Se tem casa, querem uma maior, com mais cômodos, com mais espaço, e muitas das vezes querem outra casa na praia. E depois disso querem mais tempo,para curtir seu novo bem e mais dinheiro para bancar o item, o que acarreta ter que trabalhar mais e tb ter menos tempo... e lá estão elas insatisfeitas de novo. -aaaah! se eu não trabalhasse tanto. -aaahhh! se eu tivesse mais tempo. -aaaah! preciso de mais dinheiro... e vira um círculo vicioso.

Eu estou satisfeita com o que tenho. Não reclamo de só ter os domingos e nem espero que as pessoas se penalizem porque trabalho nos feriados. O meu grande problema é que escolher para si uma pessoa que possui mais tempo que vc causa grandes danos ao equilíbrio da família, e lá vem as acusações, e as afirmações de que já posso morrer por não querer nada além de viver... Contraditório, não?!

A questão hj é: até que ponto isso balança o nós? Eu sou do tipo que amo a família, mas amo ainda mais ser feliz... e isso já diz tudo.

domingo, outubro 30

Como tudo começou

"Vivo uma paixão de enlouquecer
A força do meu pensamento
Aumenta mais o meu querer
Que se encantou com seu olhar
Por isso que me apaixonei"

Como tudo começou? Com um olhar avassalador! Claro que eu tentei de toda maneira simplesmente não olhar, mas era tão inacreditável, eu estava apaixonada sem nem saber quem vc era! Sua amada não gostou, observou, reclamou, mas impossível resistir... 3 dias depois lá estávamos nós, pelo telefone, declaradamente envolvidos. E permanecemos! Cada dia mais olhares, mais envolvimento, mais amantes, mais comparsas, mais enlouquecidamente apaixonados! E cá estamos nós: casados! Quem diria que aquela noite eu estava encontrando o olhar para o qual eu viveria pelos próximos anos, aquele mesmo olhar que me convence, que me entende, que me fala mais que mil palavras... simples assim... somos sorrisos e olhares!



domingo, outubro 23

O dia do amor

"Cansei de ser sozinho
vou ali amar um pouquinho
volto já"

Deveria ser fácil assim... deveríamos todos já nascer com o mapa da mina, como nos filmes de pirata, com um X bem grande marcado no exato local onde estará o nosso amor eterno. Ou poderia apenas ter uma maneira de encontrá-lo através de um GPS, uma rede social, um apelo nacional... sei lá... alguma maneira implacável de emplacar um Gol daqueeeeles! Mas não. Sinto muitíssimo, mas esta não é a regra. Primeiro você quebra a cara e depois quem sabe, como alusão à cultura internacional, quebre a perna - o que para eles é bom! Mas isto demanda tempo... e tempo é uma coisa que ninguém tem. Então muitos permanecem por aí, batendo de porta em porta procurando abrigo seguro, não eterno, mas consistente ao ponto de ser duradouro... e duradouro ao ponto de passar de uma noite de balada.

Bom... o amor nasce, antes de tudo, vazio. Independente de vc ser sozinho ou não, se olhar bem lá no fundinho, haverá uma esperança de amor, e pior, "há de haver compaixão", como na música de Gil... Vc não abre seu coração porque quer. Não sai por aí pronto a decidir-se apaixonado. Não é assim. Primeiro vc quebra a cara! E neste caso, eu quebrei a cara de verdade duas vezes. Ah! Até que foi pouco! Tem gente com cicatrizes imensas por aí... e as minhas, se fosse possível vê-las, seriam dois risquinhos no canto do rosto, porque eu já sabia que quebraria a cara e me protegi o máximo que pude. Protegi-me tanto que fiquei anos parada num momento lusco-fusco com sabor e cor de nada. Nada! Essa é a grande MERDA! Você passa a não saber de onde veio ou pra onde vai. Você simplesmente existe e isso não é bom.

Até o dia em que a magia acontece. O brilho é ofuscante. O olhar é simplesmente o único que vc consegue enxergar. E nesse dia, meu bem... é o dia! O dia em que tudo vai parecer mais lindo. Todo passarinho vai parecer azul. E toda mágica vai parecer possível. Sim! O amor chegou...

A loucura da leitura

Esta é a postagem de número 100. Deveria ter algo de especial nisso, mas não, não há. Não tenho escrito nada de muito brilhante. Penso em muitas coisas, mas nunca chego a tempo de colocá-las na tela... enquanto estou a caminho do pc as palavras vão se perdendo, ficando pelo caminho. Adoraria ter chegado a tempo quando pensei escrever algo sobre amores antigos, sobre lembranças antigas, mas tarde demais... sempre tarde demais!

Recomecei minhas amargas leituras, romances infindáveis de dar água na boca e saudade no coração. Porque o que vivo hoje é real demais para se comparar com os romances vitorianos que ando lendo. E isso vai me dando uma infinita dor de cotovelo! Poesia espalhada em cada página, em cada ato e tão longe de mim. Claro, claro, casamento algum vai se sair tão bem quanto o meu, por termos encontrado um ponto de equilíbrio, uma área  que ambos sabemos ser restrita à palavras. Mas ainda assim nada é perfeito, embora maravilhoso!

Li "Tudo aquilo que nunca foi dito" de Marc Levy, "A vida em tons de cinza" de Ruta Sepetys, "O céu está em todo lugar" de Jandy Nelson e estou lendo "Questões do coração" de Emily Giffin. Todas histórias brilhantes. No romance de Marc Levy o autor cria uma possibilidade de que uma pessoa já morta possa voltar e dizer a sua filha tudo aquilo que deveria ter dito durante a vida e não conseguiu. O enredo é mágico. Como história infantil, mas a ideia é realmente comovente. Já a história de Ruta é baseada em fatos reais. Fala sobre como lituânios sobreviveram a base de maus tratos durante a invasão de seu país pela antiga União Soviética. É uma história dolorida, de fazer chorar em muitos momentos e com um desfecho interessante. A história de Jandy Nelson é um romance adolescente, feita para encantar a idade. É a que particularmente mais gostei. Brinca com o ambiente escolar, a disputa de duas garotas por um mesmo cara, o romantismo hilariante da protagonista à base de muitos sonhos de música e poesia. Este eu li em tempo recorde! Em compensação estou parada a 4 dias no gigantesco de Emily Giffin. A história até parece ser interessante, mas pelo fato de basear-se na vida de duas mães distintas me deixou meio embrulhada! São tão superficiais. De repente nos próximos capítulos o romance pegue um ritmo melhor, mas por enquanto não me pegou ainda!

A questão é: o fato de eu ler demais sobre coisas as quais não vivo, mexe comigo. Fico depressiva, emotiva, amante insuportável! Ainda bem que este último é mais trágico... senão tadinho do meu marido :)




domingo, outubro 2

Corações Partidos

Todos os domingos iguais... todas as esperas e opiniões sobre o muro das lamentações.
Acordei como se o dia fosse outro. Não há motivos para comemorações. O amor chegou e espalhou migalhas de histórias antigas por todas as partes. Verão minhas imagens de desespero e tristeza misturadas com o sagrado do sorrir. Não adianta insistir... quando a vida encontra caminhos controversos não há bem o que fazer... agora é viver!
Eu poderia contar a história. Fazer chorar quem acha que entende o porquê de eu ser quem sou. Não choro pelos cantos, não derramo prantos, sorrio falsamente as dores dos mortais. Não espero as crises, não entendo o tempo, não vivo ontem, sou poesia. Acordo outra todos os dias e poderia morrer de alegria ao ouvir sua voz. Mas nada disso faz sentido. Todas as dores embolam no umbigo, centro de nada mais... Coração partido.  Mentiras. E paz.

sexta-feira, setembro 9

Sexta



Hoje é sexta
uma sexta triste
cesta de poesias

Hoje é sexta
uma sexta lenta
cesta cheia de melancolia

a vida em lágrimas
a cesta cheia
o amor vazio

Hoje é sexta
dizem sexy...
No entanto padece
ao lado do monte de palavras
da cesta cheia

terça-feira, agosto 16

Cura

Tarde da noite...
saudade do tempo que vovó era viva
e as lesões eram curadas com saião
hoje em dia
como se cura um coração?

domingo, julho 24

Detalhes tão pequenos de nós dois

É engraçada a vida....
A gente reclama reclama reclama e quando realmente pára pra olhar, descobre que tem a melhor vida que poderia ter... Ficar longe de vc só me fez perceber que o meu mundo, embora independente, gira em torno do seu. E ficar sem vc, mesmo que por pouco tempo, me pareceu uma infinita tortura... uma eternidade!
Volta logo... Eu te amo :)

sexta-feira, junho 24

Ah! o amor...

Andei olhando nossas fotos
parei de ser sozinha
quando você chegou
embora muitas vezes eu ainda batesse à porta
cada vez que desejasse amor
você ficou
e manchou de pele meus lençóis
e marcou de dentes minha pele
me amou além do que se deve
e marcamos juntos um cheiro em nós
Ah! o amor...

quinta-feira, junho 23

Feliz idade de ser feliz

Filminho na tv
amorzinho no armário, guardado
e eu ainda vou aprender a ser eu mesma um dia!

Quero sexo doentio
amor vadio
e lipoaspiração pra fazer sucesso!

feliz idade de ser feliz...

Apenas uma reflexão...

É verdade que tudo isso já não me anima. Mas quem se interessa por mim mais do que eu mesma? Posso sobreviver sem isso. Mas quem iria me acordar e dizer que já é a hora? Enjoo de hora em hora, talvez seja algo
ou talvez seja apenas o que é: enjoo. Aquele água que parece nos subir do estômago, e vai aguando a vida. Como fazê-la fluir? Como fazê-la sumir, se ela me entope o nariz e os ouvidos e me deixa como estou: sem noção? Eu gostaria hoje de tomar um porre! Quem sabe a ressaca não cure minhas mágoas ou embrulhe de vez o estômago a ponto de me fazer nascer de novo...

quarta-feira, junho 22

Dia longo

Hoje é dia de acordar cedo
olhar pela janela e ver o sol
fraquinho de inverno

Hoje é dia de sorrir
olhar a movimentação dos carros
e abrir os braços pro mundo

Hoje é dia de entender
o emaranhado de pensamentos
que brotam quando penso em você

Ainda bem que o dia é longo!

quarta-feira, junho 8

7 de junho

É tarde!
noite daquelas que é preciso cobertas a mais
A Tv mostra o seriado que volta sempre atrás
e a neblina baixa não nos permite ver o morro
Na janela escorre em lágrimas
a chuva que cai lá fora
e eu apenas penso
que noite propensa pra não se fazer nada
e nado.

domingo, maio 29

Ilusão de amor

Tédio que me consome
Dor que não some
Nome sem sobrenome
e agora sem cor...
Tédio que me consome
Música que não toca
Telefone que não vibra
Você que não liga
e agora é só ilusão de amor

quinta-feira, maio 26

Meu medo...

Sabe o que a vida faz com aqueles que têm medo
as coloca no olho do furacão! E isso não é bom...

terça-feira, maio 24

O caso dos heróis esquecidos

Heróis povoam minha infância
minha pouca lembrança
He-man Chitara Chaves
Oh! E agora quem poderá me defender?
Quem irá me salvar de mim?
Chamem logo o Chapolim!

segunda-feira, maio 23

Poesia é vida

Tenho poemas pra todos os gostos
Uns mais poéticos
Outros mais toscos
Uns de amor
Outros de dor
Mas os que prefiro
São aqueles que vivo
Feitos de sorrisos
E beijos-de-moço

domingo, maio 22

Lembranças




Estico meus pés
quero tocar o ferro
que limita o mundo
Passo a língua sobre os lábios
ressecados
Um barco na TV...
Manchas e palavras sobre o papel
Flores de cristal, nosso anel
O relógio marca
o tempo que falta e
o tempo que passa...
Espero que me ligue
Descubra-me em cores
Telefone, café, cabelos curtos
MPB, sol, orador
E eu estico os olhos
Para a televisão:
vai-se o barco...
Saudades.

segunda-feira, maio 16

Segunda chuvosa no Rio

Segunda chuvosa no Rio
nuvens baixas
neblina leve
vento frio
onde foi parar o calor do Rio?
Notícias ruins na tv
nenhuma novidade nos jornais
o impossível tornando-se habitual
o plausível gerando polêmica
e a chuva, nem aí
cai vagarosa nas areias da praia
mar revolto
canalhas soltos
trânsito caótico
olhos vermelhos no sinal
crack, frio, oxi
- por favor, um joelho!
grita o homem no balcão
ninguém mais tem espelho,
ninguém mais tem coração.

quarta-feira, maio 11

Adeus

É quase noite
lusco-fusco
sombra leve
rosto de pó
coração na boca
no beco de touca
espera-me só

passos largos
ponta de salto
breve ressalva
olhar de loba
em seu rosto uma lágrima
brinca de ser
M-E-N-T-I-R-A!

não há o que fazer
somente um olhar de poder
sem sentir muito dizer
adeus

quinta-feira, maio 5

Júlia

Há exato um ano a vida começou
explosão de emoção em toque de amor
Vida linda, sorriso e brilho
dor e arrepio sem som
até ela sorrir e o mundo parecer pequeno demais
tão pequena, tão grande
tão forte, tão estonteante
Eis que palavra alguma pode conter esse amor
esse sentimento de que o mundo começou de novo, mais uma vez
e que parece durar pra sempre
naquele sorriso que nunca esqueço
e que hoje faz um ano de começo
e que nunca mais se findou...
Ai, ai o amor...

segunda-feira, abril 25

Segundas intenções

Por que viver de amor parece ser tão inviável?
Sonhar com o futuro torna tudo mais ingerível?
Viver de sorrisos acaba sempre em vícios?
Porque eu quero o inviável, odeio o ingerível
e ainda vou morrer de overdose...  ;)

Poesia

"Tenho poemas pra todos os gostos
Uns mais poéticos
Outros mais toscos
Uns de amor
Outros de dor
Mas os que prefiro
São aqueles que vivo
Feitos de sorrisos
E beijos-de-moço"

sexta-feira, abril 22

Feriadinho xinfrim

Adoraria ter o que escrever hoje, mas ando um pouco fora de mim.
Feriadinho "xinfrim" ouvindo música e navegando só por navegar...
Muita coisa por dizer, mas muito mais por calar!
É melhor deixar pra lá...

terça-feira, abril 5

Na contramão

Saber mesmo o que a vida quer de nós é impossível... mas saber o que queremos da vida dizem ser essencial. E se eu não souber? E se eu nada quiser? E se a vida não me fizer muito sentido? Eu vivo e pronto. Se há problemas, eles se desfazem com o tempo. Se eles se complicam buscam suas próprias saídas, alternativas, e acabam por se tornarem outra coisa... outra coisa que não merece atenção, e que certamente se transformará em alguma coisa melhor do que é, algum tipo de adaptação urbana.
Sou o que sou e isso nada muda. Sou assim e dificilmente serei outra por pura opção. Porque ser eu mesma com todas as minhas adaptações e readaptações faz com que eu possua características que ninguém mais tem. E talvez essas características sejam o que eu sou no mais íntimo de mim mesma. Simples assim. Não sou uma, sou todas as possibilidades que eu mesma me dou... mudo de idéia, mudo de rumo, mudo de roupa... não tenho estilo, não uso marca, não gosto de vestido. Gosto do prático, não nasci pra ser sexy, odeio joguinhos na cama, não tenho muita imaginação... Meu pai sempre diz que faltou pouco pra eu ser cantor (Tiziano Ferro, um cantor italiano se eu não me engano), talvez pelo joguinho com o meu próprio nome... Eu sempre digo que eu não nasci pra ser mulher... não gosto muito dos ataques de frescura que a maioria delas tem... não gosto de salto, não gosto de maquiagem, odeio cabelo grande, adoro camiseta, e tocaria guitarra se eu soubesse... odeio ficar em casa, adoro chopp e conversa fiada (embora há algum tempo não saiba o que é isso), não tenho o menor jeito em ser dona-de-casa, sou desorganizada, deixo toalha molhada na cama e roupas pela casa. Pensei que soubesse ser mãe, mas só saberei se deu certo depois que elas crescerem... enquanto isso vou testando, vou mudando, vou tentando... e se ocorrerem problemas daqueles que parecem insolúveis, eu vou parar, dar uns gritos só pra relaxar e tudo volta ao seu lugar por si mesmo. Simples assim. Sou estressada de berço, e só fico calma no silêncio... dedinhos agitados escrevendo alguma coisa sem sentido e que no fundo possui o sentido que tudo deveria ter. Psicologia ao contrário... talvez... Sou eu que não sei ser outra, que nem pretendo... que odeio roupa de dormir. Adoraria ter a explicação. Tudo sempre indo na mesma direção... e eu sempre na contramão. "Ser ou não ser, eis a questão".

terça-feira, março 8

Carnaval é isso ou o que?

Vamos combinar que no carnaval todo mundo acha que não tem dono... todo mundo acha que é feliz... todo mundo zoa a cara de pau alheia... todo mundo ama as mulatas globelezas! e bebem sorridentes caipifrutas com gosto de cidra pra lá de antigas, cada ano mais decadentes, cada qual mais colorida tentando imitar a vida...

Vamos combinar que o trenzinho já não é o mesmo, que marchinhas já não causam reboliços, que belas raparigas misturam-se a coragem daquelas que não são tão belas assim mas permitem-se exibir graças ao Festival da Carne...

Vamos combinar que não há nada mais divertido que sair à rua nesta época, colocar o bloco na avenida, fantasiar o imundo, ver o vagabundo e as bundas que explicitamente se expõem por aí...

Vai entender... carnaval é isso ou o que? Olho pela janela, condomínio vazio, marasmo, internet, festival de reprises de folia e musas na tv... afinal, carnaval é o que? A festa, o profano, a alegria, o mundano... a fantasia, a passista, o samba, o bamba... ou simplesmente pessoinhas realemtne felizes no recanto de seus lares frente a seus pcs turbinados vendo filme, ouvindo música de verdade, navegando, blogando, conversando com outros tantos não-foliões que ainda existem por aí?

Eu prefiro acreditar que não sou a única que estou ficando velha e que não tenho nem pique nem saco pra essas maratonas de blocos, escolas de sambas e bandas espalhadas pela cidade... prefiro mesmo é esse marasmo, esse soninho depois do almoço, esse descanso tão merecido, afinal, daqui a pouco já vão estar programando as folias do ano que vem, e eu... bem, eu... terei que voltar ao cotidiano que certamente não terá se alterado em nada e estará me esperando sorridente na quarta-feira de manhã...

sexta-feira, fevereiro 18

Simples assim

"Dormem os sonhos do poeta
aquele mesmo que outrora viveu de boemia
hoje é calado e pálido ao som da hipocrisia"

Simples assim?

Eis que a vida é uma caixinha de surpresas... Sabe aquele dia em que se acorda com a corda toda!? É assim que me sinto hoje. Muita vontade de fazer alguma coisa por mim mesma. Vontade, vontade, vontade... quem sabe?! Adoraria voltar a estudar... simples assim, ao que parece, mas investir nem sempre é possível... então permanece tudo no mesmo lugar, sempre! Chega a ser irônico.

sábado, janeiro 29

Código dos por ques

Não seria interessante ter acesso constante ao código emaranhado da nossa própria vida para desvendar os mistérios que até Deus duvida? Adoraria saber por que não consigo dormir a noite e morro de sono de manhã, por que mesmo comendo pouco engordei 500g por semana nos úlimos meses, por que fico chateada se esquecem de tirar os pregadores do varal, por que mesmo o amando as vezes odeio o silêncio dele, por que tantos exames e nenhuma constatação mesmo que as dores e as palpitações permaneçam, por que cozinhar me perturba tanto, por que depilação dói mas é tão indispensável, por que não tenho coragem de mudar de emprego, por que prefiro não discutir mantendo minhas opiniões em segredo, por que esquecer é tão inevitável... por que tantos por ques sem resposta... Enquanto isso não passar, enquanto eu permanecer achando que as coisas podem se resolver sozinhas, não desvendarei se é bom ou não viver me mantendo em perigo. Então, quer brincar de detetive comigo?

sexta-feira, janeiro 28

Tudo diferente

(Maria Gadú)
"Você passa, eu paro
Você faz, eu falo
Mas a gente no quarto sente o gosto bom que o oposto tem
Não sei, mas sinto, uma força que embala tudo
Falo por ouvir o mundo, tudo diferente de um jeito bate"

Escrevo por saudade

Escrevo pra espantar o tédio
pra esquecer que te esquecer é impossível
pra dizer que vivi o que não vivo
pra tentar sorrir do perigo
que é estar sem você

Escrevo na espectativa de encontrar
no espelho d'água o reflexo de alguém
além daquela que eu conheço bem

Escrevo por esperar pelas noites de frio
pra aquecer a lareira e sentir subir aquele cheiro só seu
cheiro de eterno, suavidade e cio
entranhado no emaranhado de madeiras aromáticas
que você comprou por mim

Escrevo por não gostar de ser eu mesma
por esperar por sombra e água fresca
e seu colo de lambuja

Escrevo pelo desespero de não poder pensar
em nada além de nós a sós
em nós e óleo amós
Ai! saudade que não passa...

Esperança

"Não quero perdê-lo
e mesmo que o tempo esteja acabando
eu quero agradecê-lo:
não sei viver sem ti

Não sei nadar, me soltar, voar
odeio por fé no porvir
mas é disso que vivo neste agora
que finda-se no próximo segundo:
você e a esperança de ir
e rir

odeio planos
amo flores
não esqueço amores
e acabo por crer que vai dar certo
o que ninguém acreditou

todas aquelas pétalas na casa
todas aquelas lembranças na mala
nada que me faça esquecer
e nem viver
a glória é somente do amor

não sei viver sem ti
e continuo a esperar aqui
como se a distância não me impedisse,
ela ao menos não me calou...
não sei viver sem ti
mas vou vivendo assim só de lembrar

e querendo apenas ir
braços abertos, olhar no horizonte, palavra não dita
sorrir"

quinta-feira, janeiro 27

Eu

"Sou essa pessoa desmedida
que frente a frente com a vida
acaba por perder um pouco o juízo

Sou mãe, amiga, mulher
casada ou solteira de mim mesma,
como quiser
feliz, inconstante, paralela ambulante
sempre perto, sempre longe
daquilo que se quer"

Noite de verão

Quase duas horas
madrugada de verão
faz calor

olho o chão
flores que crescem sem muito padrão
banho gelado no ofurô

a festa do vizinho não me deixou dormir
o jeito é convidar o marido:
vem fazer amor comigo?

Desabafo materno...

O Rio de Janeiro tem sido o fervo nestes últimos dias, não nos agitos, mas no calor. Por isso, compramos um ar condicionado. Nada como um friozinho em pleno verão, mesmo que artificialmente... Mas a verdade é que estamos muitíssimo preocupados com a conta da luz. Então acabamos não aproveitando tanto, tendo que limitar o uso do aparelho à algumas horas ao dia... ou melhor, a noite. O que faz com que eu, que sou a madrugada em pessoa, acabe por não aproveitar quase nada. Quando vou deitar já está quase no fim da programação do bicho! Além disso dormir na mesma cama com as minhas filhas faz com que eu não consiga relaxar nunca, já que elas são calorentas demais e arrancam a coberta e ficam hiper geladas... e eu, como mãe, acordo toda hora para cubri-las... Então o que parecia ser um sonho (o quarto geladinho pra eu poder relaxar e dormir) está é me deixando com uma dor de cabeça que nunca acaba por ter dormido mal, ou por, na maioria das vezes, não ter conseguido pregar os olhos a noite toda. Bem que podia ser diferente! Ôôô vidinha mais ou menos!

segunda-feira, janeiro 3

Mais um ano que começa...

Mais um ano que começa... vida que segue sem nenhuma novidade além da mudança nas datas e no presidente, que agora é uma mulher. Na minha vida, os mesmos problemas sem solução, o mesmo amor sem medidas, a mesma vidinha leve e calma, feliz e bela. Família unida, sorrisos nos rostos. Nada além do normal, nem aquém dele. Serei sempre e apenas mais uma mulher brasileira com um sonho na mente e um sorriso no rosto, com muito por fazer e sem nenhuma vontade de desistir, com filhos por criar e prioridades para serem postas à prova... Como pano de fundo apenas sonhos...