domingo, outubro 23

O dia do amor

"Cansei de ser sozinho
vou ali amar um pouquinho
volto já"

Deveria ser fácil assim... deveríamos todos já nascer com o mapa da mina, como nos filmes de pirata, com um X bem grande marcado no exato local onde estará o nosso amor eterno. Ou poderia apenas ter uma maneira de encontrá-lo através de um GPS, uma rede social, um apelo nacional... sei lá... alguma maneira implacável de emplacar um Gol daqueeeeles! Mas não. Sinto muitíssimo, mas esta não é a regra. Primeiro você quebra a cara e depois quem sabe, como alusão à cultura internacional, quebre a perna - o que para eles é bom! Mas isto demanda tempo... e tempo é uma coisa que ninguém tem. Então muitos permanecem por aí, batendo de porta em porta procurando abrigo seguro, não eterno, mas consistente ao ponto de ser duradouro... e duradouro ao ponto de passar de uma noite de balada.

Bom... o amor nasce, antes de tudo, vazio. Independente de vc ser sozinho ou não, se olhar bem lá no fundinho, haverá uma esperança de amor, e pior, "há de haver compaixão", como na música de Gil... Vc não abre seu coração porque quer. Não sai por aí pronto a decidir-se apaixonado. Não é assim. Primeiro vc quebra a cara! E neste caso, eu quebrei a cara de verdade duas vezes. Ah! Até que foi pouco! Tem gente com cicatrizes imensas por aí... e as minhas, se fosse possível vê-las, seriam dois risquinhos no canto do rosto, porque eu já sabia que quebraria a cara e me protegi o máximo que pude. Protegi-me tanto que fiquei anos parada num momento lusco-fusco com sabor e cor de nada. Nada! Essa é a grande MERDA! Você passa a não saber de onde veio ou pra onde vai. Você simplesmente existe e isso não é bom.

Até o dia em que a magia acontece. O brilho é ofuscante. O olhar é simplesmente o único que vc consegue enxergar. E nesse dia, meu bem... é o dia! O dia em que tudo vai parecer mais lindo. Todo passarinho vai parecer azul. E toda mágica vai parecer possível. Sim! O amor chegou...

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