sexta-feira, setembro 14

Ideia inicial de Trechos Que Amei

Decidi compartilhar aqui alguns trechos lidos e que eu não gostaria de esquecer. Nem sei se posso fazer isso por razão dos direitos autorais, mas como escrevo pra mim mesma, ninguém passa aqui pra ler e acho que literatura acaba montando sua própria maneira de ver, vou levar adiante essa pontinha de prazer. Certamente, a bibliografia nada-nada universitária será divulgada. Garanto pelo menos o nome do autor e do livro. 

Apego-me facilmente a ideias. E geralmente desfaço-me delas com a mesma rapidez. Neste momento tenho lido um pouco de tudo, e embora este trecho seja de um livro que ainda não li, gostei tanto e sonhei tanto que já comecei a desconstruir minha ideia antes mesmo de construí-la. O que isso significa? Também não sei. Comecei pelo meio. E talvez isso nem seja tão ruim. De princípio pensei em livros que já li. Mas acabei por me deparar com este trecho, provavelmente uma das minhas próximas leituras, na certeza de que me interessei principalmente pela capa. Aliás, sou disso. Gosto de comprar livros pela internet porque geralmente são mais baratos. Mas isto tolhe um pouco a minha mania de sentir o livro. De pegá-lo, de vê-lo, de folheá-lo e de muitas vezes escolhê-lo por suas características físicas. 

Comecei por exemplo a observar em andanças por  livrarias, que existe um padrão de ilustração para cada autor. Pegue a capa dos livros de Jostein Gaarder, o autor de "O mundo de Sofia". É quase impossível descrever, mas é uma mistura de lembranças, quadros, desenhos e sonhos infantis. Já os de Emily Giffin, utilizam sempre a mesma fonte nos títulos, eu os reconheceria de longe. Acho tudo isso bem clichê. Livros novos com ideias velhas. Por que não renovar também a capa, a maneira como se escreve, os tipos de personagens? Autores renomados geralmente possuem personagens típicos, repetidos, quase gêmeos em suas obras. Nicholas Sparks chega a beirar o absurdo! Não que suas histórias sejam ruins... nada disso! Mas muitos dos seus personagens possuem um mesmo padrão, características sensoriais e emocionais muito parecidas. Embora o que o faça ser realmente sucesso é a sua mania de descrever o amor sob a ótica da tragédia. Há sempre milagres, depressão amorosa e a magia do "felizes para sempre", que embora muito usual e repetida, acaba sendo uma fórmula de sucesso.

A expectativa é de que eu volte aqui algumas vezes com trechos que eu tenha gostado dos livros que andei lendo, que não são poucos. Quem pega meus livros emprestados se depara com a visão dos caos, porque em minhas mãos viram um risca-rabisca. Nos arredores da leitura ficam registradas algumas das minhas impressões. São frases, trechos de músicas que estou ouvindo enquanto leio - mania desde sempre -, além da tradição de marcar textos, as vezes parágrafos inteiros. Então talvez eu abandone já já essa ideia. Mas enquanto isso...

"Um escritor nunca esquece a primeira vez em que aceita algumas moedas ou um elogio em troca de uma história. Nunca esquece a primeira vez em que sente o doce veneno da vaidade no sangue e começa a acreditar que, se conseguir disfarçar sua falta de talento, o sonho da literatura será capaz de garantir um teto sobre sua cabeça, um prato quente no final do dia e aquilo que mais deseja: seu nome impresso num miserável pedaço de papel que certamente vai viver mais do que ele. Um escritor está condenado a recordar esse momento porque, a partir daí, ele está perdido e sua alma já tem um preço." (Trecho do livro O jogo do Anjo, de Carlos Ruiz Zafón)

Nenhum comentário: