Em Questão: a família

Julinha hoje foi ao médico pela primeira vez. De acordo com ele, ela engordou pouco e cresceu menos do que deveria, apenas 350g e 1cm. Mas isso pode ser apenas uma divergência com as medidas feitas pelo hospital na hora do nascimento. Então vamos observar mais alguns dias pra ter certeza.
Fora isso ela está bem. Nada nos pulmões, coraçãozinho forte, respiração normal. Nariz, olhos, ouvidos, garganta: tudo ok. Mas por eu ter que voltar a trabalhar e ela ter que ficar bastante tempo fora do peito e perto da mamadeira, ele introduziu a ingestão de suco de laranja e água na alimentação dela, além de remédio para cólicas e gazes quando necessário. Isso porque o leite possui pouca água e ainda pode causar prisão de ventre... Culpa do modelo da vida moderna!
O trabalho tomou lugar dentro das famílias e no meu caso, que vou ficar tão pouco tempo em casa com meu bebê, Júlia acaba "pagando" um pouco por esse modelo de mulher 2000 que a mãe dela é. A necessidade sobre todas as coisas... difícil pensar nisso, principalmente porque o costume de viver bem acaba por subplantar esse contato familiar a um nível quase baixo... Tudo em nome do conforto. Filhos bem criados (pelos outros, muitas vezes), alimentação, habitação, vestuário, saúde, tudo incluído no ciclo infinito de trabalho-casa-trabalho, deixando apenas para as noites e os fins de semana o contato familiar, o amor sempre-sempre, os beijinhos, os afagos, o colinho... Ai, ai! Quem sabe um dia isso não mude? Sempre valeu a pena pelas coisas que o trabalho proporciona, mas vou acabar por perder muitos dos detalhes do crescimento, do desenvolvimento, das descobertas...
A verdade é que algumas coisas nunca mudam. É necessário o trabalho, o sustento, as intervenções de outros na educação e no cuidado de minhas pequenas. O que no fim das contas acaba por valer a pena por tudo o que o trabalho proporciona a elas mesmas.
Bom... por tudo isso ser mesmo inevitável, vou aproveitar bastante o contato que estou tendo com a Julinha este mês... sentir bastante o cheirinho, o barulhinho, o chorinho... olhar bastante o rostinho, o sorrisinho, o jeitinho de pedir as coisas... afinal faltam só mais 10 dias em casa.